Pátria


Assisti, vidrada, o maravilhosos documentário “Pátria”, baseado na trilogia do escritor, jornalista e sindicalista espanhol Paco Taibo II, que conta sobre o extraordinário período da chamada Revolução Liberal, no México, liderada por Benito Juárez. O documentário é feito pelo próprio Paco, que vai caminhando pelo México, mostrando o processo que levou os traidores mexicanos a buscar, na Europa, um rei para o país. Paco vai mostrando como Benito chega ao poder, como é derrotado pelo exército francês em 1861 e como o México recebe Maximiliano, um rei-fantoche, escolhido por Napoleão III, da França, para governar os destinos dos mexicanos.

Foi Benito Juarez, um índio, com seu governo itinerante, rodando em sua mítica carruagem pelas estradas poeirentas do México, quem impôs uma sistemática resistência ao exército invasor. Os franceses chegaram a utilizar mais de 60 mil homens na tentativa de garantir o México para a França. Não conseguiram. Essa saga, que durou 15 anos, é contada por Paco no documentário. Ele mostra o que chama de “milagre”, porque, afinal, todas as condições materiais apontavam para uma derrota. Não havia qualquer possibilidade de um país atrasado, de população indígena (considerada também atrasada), sem armamento adequado, enfrentar e vencer o maior exército da terra à época. Pois foi o que aconteceu.

Os mexicanos botaram os franceses para correr e fuzilaram Maximiliano. Mostraram à Europa que não haveria mais nenhuma aventura colonial naquele chão. E Benito Juárez voltou à cidade do México para governar o país.

É uma história extraordinária que nos mostra, de maneira absoluta, que não há nada mais poderoso do que a vontade de um povo livre. Quando o documentário termina a sensação que fica é de profunda alegria e a certeza de que vale a pena lutar.

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