Jane Eyre


Para quem gosta de filmes românticos, ambientados na Inglaterra, com todo o drama recorrente da relação entre as pessoas empobrecidas e a aristocracia, a dica de hoje é Jane Eyre, um filme baseado no romance de Charlotte Brontë, que na época de seu lançamento, em 1847, foi considerado bastante vulgar. Apesar disso, ou por causa disso, fez bastante sucesso, ressaltando que ela escrevia sob pseudônimo. Há várias versões do filme, mas a que recomendo é a de 1944, dirigida pelo britânico Robert Stevenson, porque contém algumas preciosidades.  

Primeiro que é em preto e branco, depois porque apresenta a extraordinária Elisabeth Taylor ainda bem menina e já ostentando sua beleza fascinante, bem como seu talento. Os protagonistas são Orson Welles, também muito jovem, e a belíssima Joan Fontaine.  

A história é trivial. Uma menina órfã que sofre maus tratos na família e é mandada para um internato, onde também vive sob violência e abuso. Moça feita, ela decide ir embora em busca de vida melhor e vai parar na casa de um rico aristocrata, servindo de governanta para sua filha, fruto de uma união infeliz. Aí estão os ingredientes básicos para o romance. O jovem atormentado se apaixona pela bela empregada. Quando tudo se encaminha para um final feliz, um trágico segredo é revelado e a moça volta a pegar a estrada, tentando esquecer seu amor.  

A sequência da história segue a lógica da redenção, não há novidades, mas é verdadeiramente estimulante para quem ama cinema observar as atuações de figuras que foram ícones no seu tempo, bem como toda a precariedade da produção. Naqueles tempos os filmes eram definidos pela capacidade do diretor em explorar a luz e as tomadas em ambientes fechados. 

Jane Eyre pode ser visto, de graça, no Youtube. Procure a versão em preto e branco.