A delgada linha amarela


O filme, de produção mexicana, conta sobre a jornada de cinco homens, que são contratados para pintar a linha divisória de uma estrada que une duas cidadezinhas, no México. Trabalhadores solitários, sem carteira assinada, sem garantias, sem nada, buscando sobreviver a mais um dia, nesse mundo de opressão e exclusão.

No carro de um deles - o patrão nem veículo dá - eles partem para o trabalho que deve demorar 15 dias. Serão 200 quilômetros percorridos à pé, em condições climáticas extremas. O filme se desenrola nesse espaço de tempo, no qual eles vão se conhecendo, realizando encontros, vivenciando gestos poéticos , criando laços e modificando, cada um, suas próprias vidas.

O filme é de uma beleza imensa e constitui uma metáfora da vida mesma. Essa linha fina que existe entre o bem e o mal, a vida e a morte, a lágrima e o riso. Essa guia que sinaliza o equilíbrio e a direção. Sob o comando de Dom Antonio, ele mesmo uma alma em escombros, os personagens - mais uma cachorrinha que encontram pelo caminho - vão se desnudando, de um jeito lento e silencioso, como é comum aos que são endurecidos pela vida.

O trabalho é cumprido, apesar de todos os percalços, e a delgada linha amarela termina, deixando um vazio e uma esperança. A solidariedade de classe, a generosidade humana, o amor pelo outro, a capacidade de mudança que todos temos dentro de nós.

O filme tem a presença de importante atores mexicanos como Damián Alcázar, o grande Joaquín Cosío ( Joaquin cosio), Silverio Palacios, Gustavo Sánchez Parra, e Américo Hollander.

Vale ver. É de uma belezura sem fim.

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