A forma da água


Li muitas críticas sobre o filme de Guillermo Del Toro, “A Forma da Água” e acabei ficando sem vontade de ver. Foi muito pau. Mas, depois, repensando, pensei que seria melhor ver e ter a minha própria opinião. Assisti ontem. Achei encantador. Mergulhei na densa atmosfera do tempo da “guerra quente” quando os estadunidenses caçavam comunistas e viam nuestra américa como espaço do exótico. Gostei dessa ideia de ambientar a história naqueles dias, tão medonhos. Porque, afinal, hoje vivemos tempos assim também. O medo do outro. O ódio do outro.

A forma da água é uma história de amor, doce e delicada história de amor, como qualquer outra dessas que a gente vive por aí. Prosaica. Foi o que me tocou. Uma história cheia de símbolos, típicos de “nosotros”, as gentes dessa américa mestiça. Gostei também dos personagens, a moça muda, o velho desiludido da vida, a amiga protetora e infeliz. Gostei da mensagem sobre a presença de alguém que nos toca e nos transforma, a partir do amor. Gostei de ele ter apresentado o “monstro” como uma espécie de deus, não apenas capaz de curar o corpo, mas curar das dores internas ( o caso do velho, que nos novos desenhos se reinventa), com o toque, o amoroso toque. Essa coisa tão pouco praticada hoje.

Achei o final lindo, porque é feliz. E a gente precisa de felicidade, nem que seja só na magia do cinema. O amor nos salva, sempre. É o que o filme me diz.

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