A dama de Baco


A Dama de Baco, ou The Baccus Lady, é um filme sul-coreano de 2016, dirigido por E J Yong. Narra o triste fim de uma prostituta velha, que oferece seus serviços nos parques de Seul. Um retrato cru da realidade das pessoas idosas, pobres e sozinhas que precisam enfrentar o peso da existência além da decrepitude. Infectada com uma doença venérea por conta da profissão So-Young encontra um garoto perdido na rua, deixado para trás depois de sua mãe esfaquear o pai. Ela o leva para sua casa onde também orbitam um homem mutilado e uma mulher trans, cada um com seus dramas. E os três se revezam na atenção, oferecendo mais do que podem.

Em meio aos cuidados com o garotinho So-Young segue com a vida de encontros fortuitos e acaba encontrando um antigo cliente que sofreu um derrame e que lhe pede para ajudar a acabar com a vida de sofrimento. A partir daí o filme vai revelando a triste existência dos velhos sul-coreanos perdidos na solidão e na pobreza. Apesar de ser considerada a décima primeira economia do mundo a Coreia do Sul registra a mais alta taxa de miséria entre pessoas idosas. Um drama recorrente na periferia capitalista onde o velho é considerado um inútil.

Num dos momentos do filme um documentarista que pede para entrevistar a prostituta pergunta a ela sobre o porquê de estar se prostituindo e ela diz: “foda-se a verdade. As pessoas não estão nem aí para isso”. O retrato mais acabado da realidade atual de um mundo no qual o estado se desobriga das pessoas restando a elas a solidariedade dos mais próximo que vivem tantas misérias quanto.

O filme é duro e triste, retratando uma Coreia para além dos doramas açucarados. Vale ver para compreender a extensão da miséria do capitalismo. Disponível no streaming Mubi. 


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